Na década de 30 o Estado era responsável pelos
serviços de água. O Governo havia adquirido a Empresa de
Água, Luz e Esgotos de Mogi Mirim que administrava o sistema,
segundo levantamento histórico a partir de 1909.
Precisamente em 1948, a Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo autorizou a
transferência dos serviços de água à
Prefeitura de Mogi Mirim. Á época, o governador Dr.
Ademar de Barros não concordava com a proposta, mas seu veto foi
derrubado pelos deputados aliados ao então Deputado Ulisses
Guimarães, favorável à transferência
municipal.
Depois do aval da assembleia, foi
à vez da Câmara Municipal autorizar o prefeito João
Missaglia a receber do Estado os Serviços de Água e
Esgotos. A Lei foi aprovada em 1949.
Representantes jurídicos do
Estado ratificaram a doação dos serviços de
água. Vieram à cidade para entregar a respectiva
escritura.
Logo em seguida, o então
vereador Alcindo Barbosa, sugeriu que Prefeitura começasse a
estudar a criação do Serviço de Abastecimento de
Água e Esgoto. Deu-se o primeiro passo. Foi criada a
Repartição Municipal de Água.
Os políticos da época,
principalmente vereadores de oposição questionavam, como
o Poder Executivo faria para oferecer água em abundância
para toda a população?
Abastecer a cidade era o grande
objetivo da Administração. No entanto, sem receita
suficiente para isso, tal objetivo só poderia ser
alcançado a partir de empréstimos bancários.
Começou, portanto, uma série de pedidos junto à
Câmara Municipal para a obtenção de
empréstimos. Os pedidos da Prefeitura geraram impasses, longos e
acalorados debates. Mas enfim, em 1953, o empréstimo para a
execução dos serviços de água, na ordem de
4 milhões de cruzeiros, foi aceito pelos vereadores. Mas
até que os trâmites burocráticos fossem
concluídos e os investimentos iniciados, a falta d’
água era manchete do Jornal A Comarca, além é
claro, de muita dor de cabeça à população.
Na época, não era
possível atender toda a cidade, pois os mananciais se limitaram
a um pequeno fio d' água. A água era retirada do
córrego Lavapés e do rio Mogi Mirim, na Vila Santa Elisa.
Uma das soluções de
emergência, adotada pelo prefeito José Teófilo
Albejante, foi à distribuição de água por
intermédio de caminhões. Sabendo que a iniciativa
não era suficiente para sanar o problema, o então chefe
do executivo foi ao Governo do Estado pedir ajuda, pois a dificuldade
financeira esbarrava na busca de soluções para a falta
d’ água.
Antes de conceder o crédito, o
Estado enviou um engenheiro para fazer um estudo da
situação municipal. Na ocasião, ele identificou o
Rio Mogi Mirim como manancial ideal para a captação de
água. No relatório, o engenheiro indicou a
possível ampliação do sistema de abastecimento de
Mogi Mirim, permitindo que o Estado liberasse o crédito de 36
milhões de cruzeiros.
Em 1956, foi construído o
primeiro sistema de tratamento e distribuição de
água do município. As instalações foram
inauguradas com pompa, afinal, além de uma estrutura de
vanguarda para a época, equipamentos importados da Alemanha e
Estados Unidos foram adquiridos. Dados veiculados pela imprensa revelam
que em 24 horas de consumo a cidade não atingia dois mil litros,
por isso foi construído um reservatório com capacidade
para um volume superior à demanda. Uma enorme caixa em alvenaria
foi construída – onde hoje funciona a sede da autarquia -
e a água bruta era decantada e clorada antes da
distribuição.
Em novembro de 1964, o prefeito Luiz
Gonzaga de Amoedo Campos criou a estrutura administrativa da
prefeitura, incluindo o Departamento de Água e Esgotos formado
por serviços de distribuição de água,
estação de captação e bombeamento,
estação de tratamento de água e serviços de
esgotos.
Sete anos depois, por meio de Lei
Municipal, o respectivo departamento ganhou autonomia. O prefeito Adib
Chaib criou em 09 de março de 1970, o Serviço
Autônomo de Água e Esgotos, dispondo de autonomia
econômica, financeira e administrativa.
O prefeito Adib Chaib pediu cerca de 2
bilhões e meio de cruzeiros velhos para aplicar no
desenvolvimento do sistema de água da cidade. O projeto previa a
construção da Estação de
Captação, da Estação de Tratamento, dos
reservatórios da Vila Dias entre outras obras. Com o
financiamento, a promessa era a garantia de abastecimento até o
ano 2000. Mais uma vez a liberação de crédito foi
aprovada pelo governo do Estado.
Em 1972, foi aprovada pela Câmara
a estrutura administrativa do SAAE composta pela diretoria,
seção administrativa, seção de
operação, seção de manutenção
e seção de finanças. Décadas depois do
início do abastecimento de água em Mogi Mirim, o rio Mogi
Guaçu passou a ser o principal manancial de
captação.
Desde sua criação
até hoje, a autarquia foi passando por processos de
ampliação e modernização, aumentando sua
capacidade de atendimento à população e melhorando
a qualidade de seus serviços. Na década de 70, a ETA
(Estação de Tratamento de Água) possuía
dois decantadores, com capacidade para 1460 metros cúbicos de
água. Em 1985, foram construídos outros dois, dobrando a
capacidade de produção.
O processo de tratamento da água
também foi sendo aperfeiçoado durante todo esse tempo. No
início, o tratamento era feito com sulfato de alumínio
granulado. Após, o processo passou a utilizar esse mesmo
elemento, porém líquido. Com a modernização
do processo, atualmente o tratamento da água é feito com
cloreto férrico. Outro avanço na melhoria da qualidade da
água que é distribuída à
população ocorreu em 1983, quando foi implantada a
fluoretação da água.
Atualmente, 100% da cidade recebe a
água tratada pelo SAAE de ótima qualidade, que é
analisada nos laboratórios construídos em 1998.
Em 09 de março de 2010 o
auditório da Estação Educação serviu
de palco para uma grande festa em comemoração aos 40 anos
de criação do SAAE (Serviço Autônomo de
Água e Esgotos) de Mogi Mirim. Na ocasião, foi anunciada
a conclusão da 1º etapa de implantação do
sistema de tratamento de esgoto da cidade.
Os diretores da Autarquia, Rosandra
Bronzato, Evandro Antônio Trentin e Luiz Manoel Furigo fizeram
apresentações sobre novos projetos como o da Telemetria
– sistema que visa monitorar os reservatórios -, da
Gespública – certificação dos
serviços de saneamento -, além da
implantação do sistema de tratamento de esgoto.
Os ex-presidentes do SAAE também
foram homenageados. O 1º deles, nomeado em 1970, Pedro José
Pavani, morador de Pirassununga, esteve presente. Paulo Zeferino,
Antônio Ferreira Alves, Rosandra Bronzatto Ceragioli, Gerson Luiz
Rossi Junior e Carlos Roberto Sandy, respectivamente estiveram à
frente da Autarquia em 1982, 1983/1986, 2002, 2007/2009 e 2009/2010.
Em 14 de junho de 2012 foi inaugurada a
Estação de Tratamento de Esgotos de Mogi Mirim, obra
precedida de concessão pública autorizada pela Lei
Municipal n. 4.448 de 05 de outubro de 2007. Atualmente 50 % de todo
esgoto gerado no município recebe tratamento na
estação que fica localizada à Rod. Dr. Amador
Jorge de Siqueira Franco, KM 4 e será gerenciada pela
concessionária SESAMM – Serviços de Saneamento de
Mogi Mirim S/A até 2037.
Assista ao vídeo Histórico do SAAE